Antônio Joaquim Aragão, mais conhecido como “Camisa de Couro”, ou simplesmente “pistoleiro” ou “matador”, foi um homem temido que deixou sua marca na cidade de Três Lagoas nas décadas de 50 e 60, e até hoje é lembrado pelos três-lagoenses.

A figura de Camisa de Couro é envolta em mitos e lendas. Alguns o veem como um herói popular que defendia os pobres e oprimidos contra os poderosos. Outros o consideram um bandido sanguinário que semeou o terror na cidade. A verdade provavelmente está em algum lugar no meio termo.

Nascido em 26 de setembro de 1934, em Lagoa Redonda, no município de Itabi, Sergipe, “Camisa de Couro” ganhou notoriedade ao se envolver em diversos incidentes violentos, sendo apelidado pela sua frieza e habilidade com as armas. Uma tese de mestrado, elaborada por Beatriz de Castro Sangues, detalha parte da história desse personagem enigmático, incluindo o assassinato de “João Cachimbo” no Bar Aviação e também de “Diguinho”, descrito por uma testemunha como alguém “metido a valente”.

Ele era frequentemente contratado para realizar execuções, o que lhe rendeu o apelido de “pistoleiro”. Um desses casos foi o da fazendeira Maria Madalena, da fazenda São José, em Mirassol, São Paulo. Revoltada com uma decisão judicial de penhora de suas terras, ela teria planejado o assassinato do juiz responsável e recorreu a “Camisa de Couro” para executar o serviço. No entanto, antes que o pistoleiro pudesse agir, ele próprio foi morto.

O fim trágico de “Camisa de Couro” ocorreu em novembro de 1961, aos 27 anos de idade, quando foi alvejado com 12 tiros em frente à Estação Ferroviária de Três Lagoas. Enquanto conversava com seu amigo João Carabina dentro de seu jipe azul, um grupo de pessoas se aproximou e efetuou os disparos que tiraram a vida do pistoleiro e feriram Carabina.

Durante o período entre o final dos anos 50 e o início dos anos 60, Três Lagoas testemunhou diversas passagens intrigantes relacionadas à presença de “Camisa de Couro”. Ele era figura constante na cidade, frequentando-a entre 1959 e 1961. Vestindo roupas simples e sempre portando sua famosa “camisa de couro”, que, dizem, lhe foi dada como pagamento por serviços prestados, ele carregava consigo dois revólveres, prontos para a ação.

Apesar de não possuir residência fixa na cidade, “Camisa de Couro” contava com a hospitalidade de amigos como João Carabina e Alberto Armeiro, que o recebiam em suas casas durante suas breves estadias. Sua presença em Três Lagoas era breve e intermitente, passando apenas alguns dias na cidade antes de partir por períodos que variavam de vinte a trinta dias.

A morte de “Camisa de Couro” marcou o fim de uma era de mistério e violência na cidade de Três Lagoas. Sua lenda, no entanto, continua viva, lembrando-nos de um tempo em que a justiça era muitas vezes feita à ponta de uma arma e onde os pistoleiros deixavam sua marca indelével na história do interior do Brasil.

Impacto Cultural

A história de Camisa de Couro inspirou diversas obras culturais, incluindo:

  • Canções: “Camisa de Couro” (Milionário & José Rico), “O Pistoleiro” (Almir Sater)
  • Livros: “Camisa de Couro: O Homem que Virou Lenda” (Beatriz de Castro Sanches Azevedo)

Apesar de sua morte prematura, ele continua a ser uma figura intrigante e controversa que desperta a curiosidade e a fascinação de muitos.

Fonte: Crédito ao Jornal Bolsão Em Destaque

https://bolsaoemdestaque.org/camisa-de-couro-o-pistoleiro-que-marcou-tres-lagoas/


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